Materiais que absorvem impacto: como funcionam?

Por TecnoHub

24 de junho de 2025

Você já reparou como, em parquinhos infantis, áreas de lazer e academias ao ar livre, o chão parece ser mais “macio” do que o habitual? Não é coincidência. Esses espaços utilizam materiais especialmente desenvolvidos para absorver impacto e prevenir acidentes — algo essencial em locais com alta circulação de pessoas e risco de quedas.

Ao contrário dos pisos comuns, os materiais com absorção de impacto têm estrutura interna pensada para reduzir a força das colisões. Isso significa que, ao cair ou escorregar, o corpo é amortecido, diminuindo as chances de machucados graves. E claro, esse cuidado não é só um diferencial técnico — é uma exigência em muitos projetos públicos e privados.

A tecnologia por trás desses materiais é mais complexa do que parece. Não se trata apenas de uma borracha jogada no chão. Há toda uma engenharia envolvida: densidade, espessura, flexibilidade, resistência ao clima e conformidade com normas de segurança. Cada detalhe faz diferença na performance do piso — e na segurança de quem o utiliza.

Vamos explorar como esses materiais funcionam, onde são aplicados e por que fazem tanta diferença. E se você acha que é tudo igual, prepare-se para descobrir que até o “chão” tem muito mais tecnologia do que aparenta.

 

Composição dos pisos emborrachados e sua função estrutural

O segredo da absorção de impacto está na composição interna do material. No caso de pisos emborrachados, o que parece uma placa simples, na verdade, é um sistema feito a partir de grânulos de borracha reciclada, geralmente derivados de pneus, que são prensados com resina em moldes específicos.

Essa estrutura permite uma distribuição uniforme da força quando alguém pisa, corre ou cai sobre a superfície. A borracha amortece o impacto e devolve uma pequena parte da energia, mas de forma controlada. É isso que reduz a chance de lesões em tornozelos, joelhos e principalmente na cabeça — no caso de crianças pequenas.

O piso emborrachado para playground, por exemplo, é fabricado com diferentes espessuras conforme a altura dos brinquedos instalados. Quanto mais alto o equipamento, mais espesso precisa ser o piso para garantir a segurança adequada em caso de queda. Isso é regulamentado por normas técnicas da ABNT (como a NBR 16071).

Portanto, não é só sobre conforto. A função estrutural desses materiais é literalmente salvar crianças de ferimentos graves. E tudo começa pela base, que quase ninguém vê, mas que faz toda a diferença na prática.

 

Como a densidade e espessura afetam o desempenho

Dois fatores determinam a eficácia de um piso de impacto: densidade e espessura. E os dois andam juntos. A densidade está ligada à compactação do material — quanto mais denso, mais firme e resistente ele é. Já a espessura está relacionada à capacidade de absorver quedas mais altas. O segredo é encontrar o equilíbrio entre ambos.

Se o piso for muito mole, ele pode ceder demais e dificultar a mobilidade. Se for muito duro, não cumpre seu papel de amortecer o impacto. Por isso, cada projeto deve ser avaliado de forma técnica, levando em conta a altura dos brinquedos, o tipo de uso e o fluxo de pessoas no local.

Em áreas de recreação infantil, por exemplo, a espessura recomendada varia entre 25 mm a 50 mm. Já em locais como áreas fitness ou pisos de passarela, é possível utilizar opções mais finas, porém mais densas. O importante é que o material suporte a carga e o impacto típicos daquele ambiente.

Essas variações não são estéticas — são funcionais. E ignorar esse ajuste técnico pode comprometer a segurança do projeto. É por isso que bons fornecedores sempre orientam sobre o produto mais adequado para cada aplicação.

 

Vantagens em áreas externas expostas ao tempo

Chove, faz sol, venta, acumula poeira… a vida de um piso externo não é fácil. Por isso, além de absorver impacto, o material precisa resistir ao clima — e manter suas propriedades intactas. Aqui, o diferencial dos pisos de borracha volta a se destacar.

O piso emborrachado para área externa é desenvolvido com aditivos que protegem contra raios UV, impedem desbotamento e resistem a variações bruscas de temperatura. Além disso, sua superfície é porosa o suficiente para permitir drenagem, evitando acúmulo de água e formação de poças — o que também reduz o risco de escorregões.

Outra vantagem é que esse tipo de piso não esquenta em excesso, mesmo sob sol forte. Isso o torna ideal para áreas onde as pessoas caminham descalças ou de sandálias, como parquinhos em clubes, beiras de piscinas e quadras de areia.

No longo prazo, a resistência à exposição climática significa menos manutenção, mais economia e maior durabilidade. E o melhor: sem comprometer a função de amortecimento, que segue ativa mesmo após anos de uso.

 

Certificações e normas que garantem eficiência

Não basta o piso “parecer” bom. Em projetos sérios, é fundamental que ele tenha laudos técnicos e certificações que comprovem sua eficiência. No Brasil, a norma ABNT NBR 16071 regula os critérios para áreas de recreação infantil, incluindo parâmetros mínimos para absorção de impacto, resistência ao escorregamento e toxicidade dos materiais.

Isso significa que qualquer piso destinado a playgrounds deve passar por testes laboratoriais, nos quais se avalia a capacidade de absorver quedas a diferentes alturas — o famoso “HIC” (Head Injury Criterion), que mede o risco de lesão craniana.

Produtos certificados vêm acompanhados desses laudos, e os melhores fornecedores disponibilizam essas informações já na proposta técnica. É um sinal claro de compromisso com a segurança e com a conformidade legal — algo que faz toda a diferença em escolas, condomínios e espaços públicos.

Na dúvida, vale sempre perguntar: esse piso tem laudo? Tem ensaio de absorção de impacto? Se a resposta for sim, você pode seguir tranquilo. Se não, melhor repensar.

 

Instalação e manutenção: o que considerar

Outro ponto importante é o processo de instalação. Para que o piso funcione como planejado, ele precisa ser corretamente assentado sobre uma base nivelada e firme. Em geral, utiliza-se contrapiso de concreto ou placas de base drenante para garantir estabilidade e evitar deformações com o tempo.

Os modelos modulares (em placas) facilitam a manutenção, pois permitem a substituição de uma peça sem desmontar tudo. Já os modelos contínuos (em manta ou borracha vertida no local) exigem mão de obra especializada, mas garantem um acabamento mais uniforme.

A manutenção é simples: limpeza com água e detergente neutro, eventualmente uma escovação leve para tirar sujeiras mais aderidas. Não requer cera, polimento ou produtos específicos. E em ambientes com uso intenso, um cronograma semanal já resolve.

Vale destacar que a correta instalação também evita infiltrações, acúmulo de água e formação de bolhas. Ou seja, não basta comprar um bom material — é preciso instalar do jeito certo.

 

Benefícios psicológicos e sociais em ambientes seguros

Por fim, há um impacto que vai além da estrutura: o emocional. Ambientes bem preparados, com piso adequado e seguro, oferecem às pessoas (principalmente crianças) liberdade para explorar, correr e brincar sem medo. Isso influencia diretamente no desenvolvimento motor, na socialização e até na autoestima.

Em espaços públicos, a sensação de segurança estimula o uso contínuo do local, aumenta o convívio entre moradores e cria um senso de comunidade mais forte. Tudo isso começa no chão — literalmente.

Pisos inseguros causam medo, restrição e até proibições (“não corra!”, “cuidado pra não cair!”). Já materiais com absorção de impacto libertam. Permitem que o corpo se movimente, que o risco seja calculado, que o espaço seja aproveitado com confiança.

Em resumo: escolher o piso certo não é só uma decisão técnica. É uma escolha que transforma o uso do espaço — e a experiência das pessoas com ele.

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