Quando falamos em evolução dos games, muita gente pensa só na parte técnica: gráficos mais realistas, engines mais poderosas, mundos maiores. Mas a verdade é que a transformação vai além do visual. Ela acontece no jeito como a gente joga, compartilha, cria e até interage dentro desses universos digitais. E, nos últimos anos, dois nomes têm puxado essa revolução de forma impressionante: Genshin Impact e Roblox.
Esses dois títulos não são apenas sucessos de público — eles representam modelos de negócio, engajamento e desenvolvimento que influenciam toda a indústria. Cada um à sua maneira, claro. Enquanto um aposta em um universo de fantasia com uma estética anime e narrativa envolvente, o outro coloca o jogador no centro da criação, promovendo liberdade quase total. É como comparar um épico cinematográfico com uma caixa de LEGO digital — ambos incríveis, mas em estilos completamente diferentes.
E essa influência não é só percebida pelos desenvolvedores, não. O próprio público, principalmente o mais jovem, já enxerga o jogo não apenas como entretenimento, mas como espaço de expressão e comunidade. O game virou extensão da personalidade, quase como uma rede social interativa. Aliás, às vezes mais social que rede nenhuma.
Então, vamos mergulhar nisso? Bora entender como esses dois gigantes estão moldando — ou melhor, redesenhando — o futuro dos videogames e como outros nomes estão sendo impactados por essa transformação. Spoiler: o impacto vai além do que você imagina.
O impacto narrativo e visual de genshin impact
Imagine um mundo aberto, repleto de detalhes, personagens cativantes e uma trilha sonora que parece saída de um filme premiado. Não é exagero — é exatamente o que você encontra em Genshin Impact. O jogo da HoYoverse (antiga miHoYo) redefiniu o padrão de qualidade para jogos gratuitos, provando que é possível combinar um modelo de monetização agressivo com uma experiência rica e bem produzida.
Mas Genshin vai além da estética. A profundidade de sua narrativa, com arcos complexos e eventos sazonais, cria um senso de continuidade que prende o jogador por anos. E aqui vai uma curiosidade: a forma como ele atualiza o conteúdo regularmente virou referência para vários estúdios — virou tendência, quase exigência. Se um jogo hoje não se reinventa a cada temporada, ele corre sério risco de cair no esquecimento.
O mais fascinante, porém, é como Genshin resgata algo que andava meio esquecido: o prazer da exploração. Sem pressa, sem objetivos imediatos, só aquele sentimento de caminhar por um mundo que vive mesmo quando você está offline. Isso, por si só, já é um mérito gigantesco.
Roblox e a cultura da criação colaborativa
Se Genshin Impact aposta em entregar uma obra pronta e polida, Roblox faz o caminho inverso — ele dá ao jogador as ferramentas para construir o próprio universo. Parece simples, mas é revolucionário. O game virou plataforma, quase um ecossistema onde qualquer um pode criar, jogar e até monetizar suas ideias.
Essa abordagem muda completamente a lógica de consumo de jogos. Em vez de esperar atualizações ou sequências oficiais, os jogadores tomam as rédeas. E o mais curioso? As criações da comunidade não ficam atrás de títulos desenvolvidos por estúdios profissionais. Algumas até superam — em jogabilidade, criatividade e engajamento.
E tem mais: Roblox também transformou a relação entre criador e público. Hoje, muitos desenvolvedores que começaram ali, como simples usuários, já fazem parte de estúdios ou tocam seus próprios negócios. É como se fosse uma incubadora de talentos — mas com visual de bloquinhos.
Call of duty e o legado da experiência multiplayer
Agora, se formos falar em influência, não dá pra ignorar Call of Duty. A franquia é praticamente um pilar quando o assunto é multiplayer competitivo. Pode parecer distante de Genshin ou Roblox, mas a conexão está na forma como os jogos pensam o envolvimento contínuo do jogador.
Call of Duty foi um dos primeiros a apostar com força em atualizações sazonais, microtransações e em transformar o simples “jogar uma partida” em uma experiência recheada de objetivos, recompensas e progressão. Isso virou norma na indústria — hoje, até os RPGs mais pacíficos têm passes de batalha.
E sabe o que é mais maluco? Mesmo sendo uma franquia com DNA militar, ela conseguiu se reinventar com modos como Warzone, absorvendo elementos de jogos como Fortnite e PUBG, e se mantendo relevante em um mercado saturado. Isso diz muito sobre a capacidade de adaptação — algo que Genshin e Roblox também fazem muito bem, cada um à sua maneira.
Economia digital e o novo valor do tempo
Você já parou pra pensar em quanto tempo passamos dentro de um jogo? E como esse tempo, hoje, vale dinheiro? Sim, literalmente. Em plataformas como Roblox, tempo investido pode se converter em renda. Em Genshin, vale em progresso, status, conquistas. E isso muda completamente a relação que temos com os games.
A lógica do “jogo como serviço” não é mais tendência — é realidade. E ela muda tudo: desde o desenvolvimento até o suporte contínuo. As empresas agora pensam em como manter o jogador engajado por anos, e não mais só durante uma campanha de 12 horas. E adivinha? Isso cria ecossistemas próprios, com economia, cultura e até política interna.
Esse novo modelo também redefine o que é “jogar bem”. Não se trata apenas de habilidade, mas de presença, constância e, claro, participação nas comunidades. O jogador vira parte ativa do ciclo de vida do game — e isso dá um novo peso ao seu papel na cadeia produtiva da indústria.
Games como plataformas sociais
Jogos deixaram de ser só jogos. Viraram espaços de socialização, eventos culturais, vitrines de moda, palcos de shows. Fortnite que o diga. Mas Genshin e Roblox também têm seu papel nisso. Ambos criaram ambientes onde o aspecto social é parte crucial da experiência — e isso muda tudo.
Em Roblox, por exemplo, há festas, casamentos, encontros — tudo virtual, mas com impacto real. Já em Genshin, os fóruns, as fanarts, os cosplays e até as teorias conspiratórias entre os jogadores criam uma comunidade viva, quase uma rede social alternativa, com linguagem própria e códigos internos.
Isso mostra como os games passaram a competir com outras formas de entretenimento — e ganharam. Por quê? Porque oferecem algo que nenhuma outra mídia consegue entregar com tanta imersão: a sensação de pertencimento. E isso, meu amigo, é ouro.
Educação, aprendizado e gamificação
Roblox, especialmente, tem um papel educativo inegável. Muitos jovens aprendem lógica de programação, design de jogos e até empreendedorismo brincando — literalmente. E esse é um caminho que está se expandindo para outras plataformas também.
A gamificação, aliás, virou ferramenta poderosa dentro e fora das salas de aula. Empresas usam elementos de jogos para treinar equipes. Escolas transformam matérias chatas em aventuras. O cérebro responde melhor quando está se divertindo — isso já está mais do que provado.
E não é só no ensino formal, não. Dentro desses jogos, os jogadores também desenvolvem habilidades sociais, como liderança, trabalho em equipe, resolução de conflitos… Às vezes, sem nem perceber. Ou seja, a influência vai além do entretenimento — ela toca o desenvolvimento humano.